segunda-feira, 22 de julho de 2013

O ESPERAR...


Lembrei-me de uma manhã em que encontrei um casulo preso à casca de uma árvore, no momento em que a borboleta rompia o invólucro e se preparava para sair. Esperei algum tempo, mas estava com pressa e ele demorava muito. Enervado, debrucei-me  e  comecei a esquentá-lo com meu sopro. eu o esquentava, impaciente,  e, o milagre começou a desfiar diante de mim em ritmo mais rápido que o natural.
Abriu-se o invólucro  e a borboleta saiu arrastando-se. Não esquecerei jamais o horror  que tive então: suas asas ainda não se haviam formado e com todo o seu pequeno corpo  trêmulo, ela se esforçava para desdobrá-las . Debruçado  sobre ela, eu ajudava com o meu sopro. Em vão. Um paciente amadurecimento era necessário, e o crescimento das asas  se devia fazer lentamente ao sol: agora era muito tarde. Meu sopro havia obrigado a borboleta a se mostrar,  toda enrugada, antes do tempo. Ela se agitou , desesperada, e alguns segundos depois, morreu na palma de minha mão.

Creio que esse pequeno cadáver é o maior peso que tenho na consciência pois, compreendo atualmente , é um pecado mortal violar leis da natureza. Não devemos apressar-nos, nem impacientarmos, mas seguir com confiança o ritmo eterno...

                                                                                                               Autor desconhecido 




Como gosto destes textos que nos permitem refletir e meditar...a respeito da vida, dos valores, das crenças, do respeito à individualidade, do esperar o amadurecer...

2 comentários:

Reinaldo Felipe disse...

O magnífico trecho citado, que pode dialogar com a passagem bíblica contida no Capítulo 3 de Eclesiastes, é de autoria do grande escritor, poeta e filósofo grego do século XX, Níkos Kazantzákis, e está contido no maravilhoso livro "Zorba, o Grego".

Reinaldo Felipe disse...

O magnífico trecho citado, que pode dialogar com a passagem bíblica contida no Capítulo 3 de Eclesiastes, é de autoria do grande escritor, poeta e filósofo grego do século XX, Níkos Kazantzákis, e está contido no maravilhoso livro "Zorba, o Grego".