terça-feira, 12 de agosto de 2008

História para aquecer o coração dos PAIS.

MEU SEGREDO DE AMOR

Fica numa prateleira no alto do amário. Já foi uma caixa de sapatos enfeitada para o Dia dos pais, um presente da minha filha mais velha . Dentro dela, papel-cartão rosa, vermelho e branco, desenhos e colagens com três tipos de macarrão, jujubas e confeitos, tudo aquilo grudado com um exagero de cola branca.
A caixa de sapatos está enrugada e mofada onde as jujubas e os confeitos derreteram. Está grudenta em alguns lugares. Mas é um repositório de relíquias da infância dos meus filhos.
Se levantar a tampa, você vai entender porque a guardo. Em folhas dobradas e desbotadas de bloco pautado, agora frágeis, estão as palavras :

"Oi, papai", "Felis Di dos Pais" e "Ti amo".

No fundo da caixa, colados, 23 corações feitos de miçangas. Com seus rabiscos, cada um dos 3 escreveu o nome. É o produto do amor em seu estado mais puro e verdadeiro.
As crianças agora são adultas. Ainda me amam, embora tenham dificuldade, às vezes, de demonstrar. O amor se complica com a idade e o conhecimento. É amor, sim, mas não é simples. Não é uma coisa que se poderia colocar numa caixa de sapatos. Ninguém sabe que aquele presente antigo e grudento está lá. De vez em quando eu o desço do armário e abro a caixa. É uma coisa em que posso tocar, segurar e acreditar, agora que não há mais bracinhos ao redor do meu pescoço.
É o meu baú do tesouro. E ele significa AMOR. Quero que o enterrem comigo. Quero levá-lo aonde quer que eu vá.

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